quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Smileless



O vento contra seus cabelos, em cima da moto 83, fazia daquela cena um retrato envelhecido do mundo que ele tivera antes da seriedade breve que o acometeu como um mal crônico. Não fazia questão da velocidade, porque acreditava que chegar sempre fora o início da partida e, definitivamente, não tinha mais estômago pra essas coisas. Achar que ele mesmo tinha parado no tempo era tentar esconder as rugas finas que apareciam, sem graça, no sorriso que ele dava frente ao espelho.

Pra escondê-las, portanto, teve a idéia genial de não mais sorrir. Preferiu a jovialidade ao bom humor e se tornou um jovem sério.

Do tempo que fluiu fácil, ficaram daquele comportamento algumas rugas que não podiam ser mais disfarçadas e a impossibilidade de sorrir novamente.

A gente esquece como se faz depois de um longo tempo sem achar graça nas coisas.

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